ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 14.10.1993.

 


Aos quatorze dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Sétima Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às dezessete horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o centenário do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, conforme Requerimento nº 181/93 (Processo nº 1665/93), de autoria do Vereador Wilton Araújo. Compuseram a MESA: Vereadores Wilton Araújo e Luiz Braz, Presidente e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhores Carlos Augusto Schlabitz e Milton Barbosa da Silva, Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Rio Grande do Sul; Desembargador Tupinambá Nascimento, representando o Tribunal de Justiça do Estado; Doutor Lênio Streck, Promotor-Assessor da Justiça, representando o Senhor Procurador Geral da Justiça; Vereador Clóvis Ilgenfritz , 2º Vice-Presidente da Casa e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente convidou o Vereador Luiz Braz a assumir a presidência dos trabalhos, pois ia fazer uso da palavra. Em prosseguimento, o Vereador Wilton Araújo, em nome das Bancadas do PDT, PMDB, PPS e PFL, declarou-se honrado pela oportunidade de saudar os cem anos do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, falando sobre a fundação dessa Entidade e sobre a atuação da maçonaria junto à sociedade gaúcha e brasileira. Destacou a situação positiva que hoje apresenta o movimento maçônico, dizendo representar a presente homenagem o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre ao trabalho realizado pelo Grande Oriente do Rio Grande do Sul em prol da nossa comunidade. A seguir, o Vereador Wilton Araújo reassume a presidência dos trabalhos, concedendo a palavra aos demais Vereadores que se pronunciariam em nome da Casa. A Vereadora Maria ao Rosário, em nome da Bancada do PC do B, disse que a maçonaria, por séculos, foi um dos mais fiéis intérpretes dos anseios por liberdade, igualdade e fraternidade, destacando que, à frente dos maiores movimentos libertários do País encontramos representantes maçons. Declarou que o Rio Grande do Sul e, particularmente Porto Alegre, muito deve à comunidade maçônica, pelos bons serviços por ela sempre prestados. O Vereador Clóvis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, salientou encontrarem-se, aqui, hoje, representantes de uma história milenar, de homens que se uniram em torno de princípios básicos de liberdade e igualdade, na busca de soluções para problemas enfrentados pe­la sociedade. Neste sentido, destacou a preocupação que atualmente envolve seu Partido no referente à questão da ética e da moral em nossa sociedade e, finalizando, lembrou o nome de Amaury Schetert Ilgenfritz, integrante da organização maçônica. O Vereador Luiz Braz, em nome das Bancadas do PTB e PPR, dizendo ter sido iniciado em uma loja maçônica do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, ressaltou sua satisfação por entrar em contato com uma das filosofias mais antigas do mundo e integrar uma instituição cujo ingresso não é limitado por títulos ou posição social. Declarou que o trabalho do maçon é fazer desse mundo um mundo melhor, com mais justiça e igualdade social. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Carlos Augusto Schlabitz que agradeceu a homenagem prestada pela Casa ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul, discorrendo sobre a história da maçonaria e destacando ser ela sustentada por um tripé formada por conceitos de igualdade, liberdade e fraternidade, tendo como objetivo principal a construção de uma sociedade concretamente marcada pela justiça. Durante os trabalhos, o Senhor Presidente registrou a presença, como extensão da Mesa, dos Senhores José Carlos Pacheco, Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina; Ibraim Nunes, representando a Assembléia Legislativa Maçônica; Nei Silveira Carvalho, Coordenador da Comissão de Festejos do Centenário do Grande Oriente do Rio Grande do Sul; Eduardo da Silva Matos, Juiz do Tribunal de Justiça Maçônica; Anias Vieira da Silva, Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado do Mato Grosso, e Antônio Moreira Sobrinho, Grão-Mestre do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro. Ainda, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional, pronunciou-se acerca do evento e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária a ser realizada amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Wilton Araújo e Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Clóvis Ilgenfritz, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assi­nada pelos Senhores Presidente e 2ª Secretária.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): Damos por abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a homenagear o Centenário do Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Requerimento aprovado por unanimidade nesta Casa.

Gostaríamos de registrar, para a honra desta Casa, a presença dos Senhores José Carlos Pacheco, Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina; Exmo Sr. Ibraim Nunes, representando a Assembléia Legislativa Maçônica; Exmo Sr. Nei Silveira Carvalho, Coordenador da Comissão dos Festejos do Centenário do Grande Oriente do Rio Grande do Sul; Eduardo da Silva Matos, Exmo Sr. Juiz do Tribunal de Justiça Maçônica; Exmo Sr. Anias Vieira da Silva, Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado do Mato Grosso; Exmo Sr. Antônio Moreira Sobrinho, Grão-Mestre do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro.

Peça ao Ver. Luiz Braz, 1º Vice-Presidente desta Casa que assuma a Presidência desta Sessão Solene.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Wilton Araújo, como proponente desta Sessão, fará uso da palavra pelas Bancadas do PDT, PMDB, PPS e PFL.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Exmos Srs. que compõem a Mesa, autoridades maçônicas já mencionadas, Vereadores que irão, por suas Bancadas e por esta Casa se manifestarem. (Lê):

“Sentimo-nos honrados pela oportunidade de, no dia de hoje podermos saudar os 100 anos do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, fundado a 14 de outubro de 1893. E nada melhor para a homenagem do que relembrarmos, ainda que rapidamente, os primeiros passos da grande potência maçônica do Rio Grande do Sul.

Nos idos de 1893, existiam diversas lojas maçônicas no Estado, todas com cobertura legal do Grande Oriente do Brasil. Entretanto, a grande dificuldade de comunicação reinante naquela época impedia um melhor entrosamento com o Grande Oriente do Brasil, não só com referência aos assuntos maçônicos, como também na aquisição de diretrizes básicas que os maçons deveriam receber sobre os graves acontecimentos políticos no Estado e no País, os quais, dia a dia, se evidenciam como de trágico desfecho. Estava prestes a eclodir, no Estado, a sangrenta Revolução Federalista, com suas crueldades, vinganças, ódios e injustiças.

Maçons das Lojas de Porto Alegre haviam se empenhado, inclusive fazendo gestões perante o Grande Oriente do Brasil, no sentido de evitar o movimento revolucionário. Todavia, não tendo obtido êxito, trataram de encaminhar a Fundação do Grande Oriente do Rio Grande do Sul com o objetivo de, agremiando melhor os maçons gaúchos, tentarem uma obra de pacificação, evitando a luta fratricida e, o que era pior, um conflito em que iriam se digladiar, em forças opostas, maçons do quilate de Gaspar Silveira Martins, o grande tribuno do Rio Grande do Sul e Floriano Peixoto, o ‘Marechal de Ferro’.

A declaração de independência de parte dos obreiros de São Paulo, ocorrida em 1893, ganhou o apoio do Ir. Múcio Teixeira em Porto Alegre o qual, juntamente com os Ir. Luiz Afonso de Azambuja e Manoel Sobrinho, redigiram um manifesto, datado de 06 de junho de 1893, para ser lido e debatido nas Lojas e no qual se defendia a independência da maçonaria gaúcha. Este manifesto foi ponto de partida para a criação do Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Condenada por uns e apoiada por outros, a idéia separatista ia tendo cada vez mais adeptos.

Em 14 de junho, três Lojas de Porto Alegre, a ‘Luz e Ordem,  a ‘Progresso e Humanidade’ e a ‘Luz e Progresso’ se declaram formalmente favoráveis à emancipação. De outra parte, grande esforço teve que ser realizado junto às Lojas do interior do Estado, para obtenção do apoio necessário para a fundação de um Grande Oriente. Foram, então, realizadas reuniões preparatórias, presididas pelo Ir. Marechal Augusto César da Silva e realizada na sede da Loja ‘Luz e Ordem’.

Finalmente, no dia 14 de outubro de 1889, no templo da Loja ‘Luz e Ordem’, em sessão presidida pelo Ir. Tenente-Coronel Domingos José Ferreira Bastos, prestaram solene compromisso o Grão-Mestre Antonio Antunes Ribas e seu Adjunto o Ir. Desembargador Antonio Nunes Ribas, dissertando sobre a atitude da maçonaria com relação à sociedade civil e política, ressaltando que ‘todo o bom maçom deve ter sempre em mira o respeito à lei’.

Gostaríamos de ler, neste momento, trechos de uma circular, traçada pela grande comissão central, na época, a qual, pela impressionante atualidade dos seus termos, merece ser lida nesta data magna da maçonaria rio-grandense.

Ao longo destes 100 anos, o Grande Oriente do Rio Grande do Sul, continuou progredindo, nunca se descuidando na realização de seus elevados objetivos. Cresceu e desenvolveu-se muito, multiplicaram-se Lojas e o número de maçons, sempre com o empenho do Grande Oriente do Rio Grande do Sul em oferecer a todos condições para a formação do verdadeiro espírito maçônico, hoje talvez mais do que nunca indispensável para o progresso, tanto do Rio Grande do Sul como da nossa estremecida pátria. Para isso, conta com uma gloriosa constelação onde cintilam 133 Lojas.

Em nome da Casa do Povo de Porto Alegre, cumprimento, na pessoa do Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, Ir. Carlos Augusto Schlabitz, a todos os maçons gaúchos pelo transcurso desta gloriosa data.”

Em nome da Casa do Povo de Porto Alegre, tendo tido a honra de propor essa Sessão, e pelos 33 Vereadores terem aceitado a proposição, a unanimidade do povo de Porto Alegre está aqui representada.

Muito obrigado a todos os senhores por hoje estarem aqui, reconhecendo todo um trabalho que foi desenvolvido pelo Grande Oriente do Rio Grande do Sul. A todos, o nosso muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): Temos a honra de contar com a presença da Exma Srª Carla Mussi, que representa o Sr. Prefeito Municipal, nessa Sessão.

Com a palavra, a Verª Maria do Rosário, do PC do B.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Wilton Araújo; Exmo Sr. Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, Sr. Carlos Augusto Schlabitz; demais componentes da Mesa que nos honram com suas presenças.

O anseio por liberdade, igualdade e fraternidade é tão antigo quanto a própria humanidade e, certamente, que tão antigo, permanece atual.

A Maçonaria tem sido, por séculos, uma das mais fiéis intérpretes deste anseio. Eram os chamados pedreiros livres, dos quais já no Egito Antigo temos notícias. Procuravam, sempre, através da organização, à frente da luta contra a opressão, defenderem a liberdade.

A história do nosso País confunde-se, particularmente, com a história dessa organização. À frente de algumas das mais importantes batalhas do povo brasileiro, estiveram os maçons: a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República. Esses acontecimentos tiveram, nessa organização, uma força sagaz e com grande capacidade de articulação. É justamente por essa razão que em muitas oportunidades essa força social foi incompreendida e mesmo perseguida como geralmente são aqueles que estão à frente em suas idéias, no tempo em que vivem, os que pensam no futuro, os que se comprometem com essa construção; os que denunciam toda forma de opressão e de tirania. O nosso Rio Grande do Sul e Porto Alegre, em especial, também, muito devem a essa organização, particularmente ao Grande Oriente que hoje homenageamos pelo patrocínio de nobres causas aqui desenvolvidas.

Por isso tudo é que neste dia e nesta homenagem, nos 100 anos do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, mais do que uma homenagem, também interpretada pelo Vereador-Presidente desta Casa, Wilton Araújo, o que nós temos que realizar em nome do povo de Porto Alegre é um profundo agradecimento pelos serviços prestados a nossa Cidade e ao nosso Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador, Ver. Clovis Ilgenfritz, falará em nome de sua Bancada, o Partido dos Trabalhadores, e em nome da Casa.

 

O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Exmo Ver. Wilton Araújo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Exmo Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Sr. Carlos Augusto Schlabitz. Queria, em nome da Bancada dos dez Vereadores do Partido dos Trabalhadores, justificar a ausência dos outros nove porque estão em reunião agendada há mais tempo com o Prefeito e o Vice-Prefeito, para tratar de assuntos que serão discutidos nesta Casa, nos próximos dias. Fui designado - e me sinto muito honrado em fazer a representação da nossa Bancada - para saudar os 100 anos do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, esta organização que recebe, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, por iniciativa de seu Presidente, o nosso companheiro Wilton Araújo, a saudação e, fundamentalmente, por seu conteúdo. Hoje estão aqui os senhores e as senhoras que representam toda uma história de 100 anos e, como foi dito pelos Vereadores Maria do Rosário e Wilton Araújo, uma história milenar de homens que se unem em torno de princípios na busca de uma melhor condição de vida dos seus semelhantes, em busca da liberdade, da igualdade e da fraternidade e, nós acrescentaríamos sem medo de errar, em busca da justiça. (Pausa.)

Neste momento chega o Líder da nossa Bancada Ver. João Verle. Mas, para nós, cidadãos, mas também políticos aqui nesta Casa, representantes dos cidadãos, na busca da solução para os problemas da Cidade, do Estado e do País em nível das conjunturas que vivemos hoje, praticamente todas de forma bastante constrangedora até para se analisar, por estarmos atravessando um período de dificuldades em quase todos os setores. Um dos problemas parece-nos o principal e não está localizado na área econômica - uma das principais causas dos problemas que enfrentamos hoje - que é a ética, a moral, o respeito entre os homens, a solidariedade, enfim, tudo isso que estamos notando que está faltando. Esta é a nossa preocupação, que é comum aos homens de bem, aos que querem melhorar a vida do nosso País, principalmente aos senhores, que professam esses princípios, hoje aqui representados em mais de 100 anos de atividade, de amor ao próximo.

Esses dias, estava por vir um temporal; a natureza toda revolta, preparando uma enorme chuva que, por fim, veio derrubando árvores e fios elétricos. Então, lembrei-me se não seria possível vir uma chuva que desse um estalo em todo mundo, entre os homens e as mulheres, entre os jovens, para que eles conseguissem entender que precisa haver uma profissão de fé, de respeito mútuo. Que essa chuva molhasse a consciência das pessoas que hoje estão roubando, matando crianças, fazendo arrastões, enfim fazendo coisas que não somam para a dignidade humana. Mas eu acho que essa chuva está ao nosso alcance, ela não precisa ser remetida do céu. Nós podemos juntar essas forças, esses princípios, independentemente de ideologias partidárias que aqui representamos. E temos coisas em comum nessa representação de idéias, de mudança. Nós podemos, por nós mesmos, reunir esforços e tentar mudar esse quadro negativo, transformando-o num quadro positivo, como sempre fez a Irmandade, a Loja Maçônica, no nosso Estado.

Queria, antes de terminar, pedir licença a todos os senhores para simbolizar a minha participação em nome da Bancada, mas também em meu nome pessoal nesta homenagem, no homem que faleceu há pouco menos de um mês - irmão de minha mãe - aos oitenta e dois anos. Fui visitá-lo no hospital poucas horas antes de ele falecer para entregar um documento que havia ficado nas mãos de um Vereador aqui na Câmara, que mostrava que ele era um irmão maçônico e que adotava como nome simbólico o nome do meu avô Júlio Cezar. Então, queria pedir licença para deixar registrado nos Anais esta homenagem póstuma a Amauri Schetert Ilgenfritz, que fez por merecer um lugar no céu, tenho certeza. Ele nos dava o exemplo que hoje falta para tanta gente neste País. Homenagear os senhores através de um ente querido é, para mim, muito significativo.

Fica a nossa confiança de que seremos aliados na busca de soluções para o nosso País e para a nossa gente. Fundamentalmente, para o ser humano que habita dentro de cada um. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre  Ver. Wilton Araújo; Exmo Sr. Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Sr. Carlos Augusto Schlabitz; Exmo Sr. representante do Tribunal de Justiça do Estado, que com muita honra recebemos este representante oficial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Desembargador Tupinambá Nascimento, que, para meu orgulho, foi meu professor e a quem tenho como referência em minha vida; Exmo Sr. Promotor Assessor da Justiça Dr. Lênio Streck, representando neste ato, o Sr. Procurador-Geral da Justiça, Exmo Sr. Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Sr. Milton Barbosa da Silva; Senhores, Senhoras, tenho a honra de estar aqui falando em nome da minha Bancada, o PTB, e em nome também do PPR, Bancada liderada pelo Ver. João Dib, que, mesmo estando presente, delega para este Vereador orgulho de poder falar pelas duas Bancadas. (Lê.) “Fui iniciado em uma Loja do Grande Oriente do Brasil, a minha Loja chama-se Luz Oriente 3, e esta iniciação trouxe-me uma satisfação ímpar: seria iniciada nos ministérios de uma das instituições filosóficas mais antigas do mundo, ainda em plena atividade, e começava a integrar-me, como irmão, a uma potência quase centenária.

O que mais me encantava ainda era o fato de pertencer a um mundo onde os homens não adentram porque são portadores de títulos ou de contas bancárias. O que credencia a pessoa a fazer parte do seleto grupo é ser livre e de bons costumes, e acreditar na existência do Grande Arquiteto do Universo.

Não que maçons sejam homens perfeitos. Longe disto, pois, afinal, fazemos parte de um mundo repleto de imperfeições, e, como todos os outros da espécie estão de passagem por aqui, com a missão de aperfeiçoarem-se, de progredir espiritualmente, de evoluir em busca da luz que elimina as trevas da ignorância, e que propicia aos homens poderem trilhar seus caminhos com maior segurança.

Por isso a Maçonaria é importante, pois seus integrantes têm chance maior de atingir essa luminosidade com mais rapidez, dado às estruturas montadas e que secularmente são conservadas. O trabalho do maçon é fazer deste mundo um mundo melhor, repleto de igualdades, sem desilusões, com justiça, sem tristezas, o paraíso idealizado pelo Grande Arquiteto. Um verdadeiro maçon sabe comandar, decidir, falar, calar, quando necessário, pois os exemplos que vêm de nossos ancestrais devem servir de base para as ações dos homens do presente. É essa a importância que encontramos nessa oportunidade, quando o GOB está completando 100 anos de existência. Ficamos imaginando quantos homens foram trabalhados nos moldes de educação maçônica, no seio desta instituição. Tenho certeza que foram muitos. É claro que sabemos que nem todos os homens que desejam entrar na irmandade estão preparados para pertencer a ela. Todos os que esperam encontrar facilidades para exercer suas atividades materiais, ingressando na instituição, acabam-se frustrando porque na maçonaria não é lugar para se buscar recursos materiais abundantes, aliás, ali é lugar para se oferecer mais de si mesmo e retirar o mínimo possível. Lembramos a máxima de Francisco de Assis, que serve como uma luva essa questão maçônica: “É dando que recebemos”. Porém, aqueles que buscam a Maçonaria com o fito de evoluir entre irmãos, encantar-se-ão com as vastas possibilidades que surgem. A Maçonaria é lugar de trabalho e quem não ultrapassar seus umbrais com essa determinação não encontrará receptividade.

Parabéns ao GOB por dar à Maçonaria todo um potencial de energia vinda de homens que estiveram e que estão dentro de seus quadros. Aqueles que tombaram pelo caminho fazem parte da Grande Loja Maçônica dos tempos que tanto ajuda a energizar os seus rituais. Os irmãos do presente estão demonstrando, com suas ações, o grande valor do povo maçom, oferecendo sua contribuição em todos os setores da nossa sociedade, quer no terreno econômico, assistindo creches, asilos e orfanatos, quer no terreno das mudanças mais importantes, como por ocasião da Constituinte de 1988 quando o GOB, através de seus expoentes, manteve uma assessoria constante em Brasília, buscando consolidar as conquistas sociais mais desejadas pelos setores mais sofridos da sociedade. Nossa profunda admiração ao GOB, nossos cumprimentos efusivos, nosso desejo de que continue o seu trabalho em prol de um mundo melhor”. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos conceder a palavra ao Exmo Sr. Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, o Sr. Carlos Augusto Schlabitz, que representa o homenageado nesta Sessão Solene.

 

O SR. CARLOS AUGUSTO SCHLABITZ: (Lê.) “Presta-se neste instante uma homenagem ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul, por iniciativa precisamente do nobre Presidente desta Casa.

Nós, seu Grão-Mestre, em nome de nossa Potência e também em nosso próprio nome, somos muito gratos pela distinção recebida. A Maçonaria, bem compreendida por muitos, mas não tanto por alguns, tem como seu secular apanágio agir em silêncio. Muito ela faz, porém bem pouco lhe preocupa que saibam o que tem feito.

O reconhecimento que ela procura consiste na satisfação íntima de contribuir para o cumprimento de seus fins, todos voltados ao aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade. Os fins supremos da Maçonaria, sabem todos, pois não é privilégio seu, assenta na tríade LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE.

A Maçonaria condena a exploração do homem, assim como combate os privilégios e as regalias; ao mesmo tempo em, que enaltece o mérito da inteligência da virtude. O sectarismo político, religioso ou parcial ou racial é incompatível com a universalidade do espírito maçônico.

A Maçonaria combate a ignorância, a superstição e a tirania. A Maçonaria proclama que os homens são livres e iguais em seus direitos. A Maçonaria respeita as convicções religiosas de cada um, apenas exigindo àqueles que queiram ingressar na sua instituição, a crença no Grande Oriente do Universo, assim como a crença em uma vida futura.

Em que pesem a multiplicidade de Potências Maçônicas espalhadas pelo mundo inteiro, a Maçonaria é uma só e única. Assim, a homenagem que a bondade dos senhores acabam de prestar ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul, ao ensejo de seu centenário, e ao mesmo tempo e por igual uma homenagem tributada a todas as Potências Maçônicas, sem distinção do Oriente a que pertençam.

Eis porque, sensibilizados nós agradecemos este gesto de carinho, que valendo para o nosso Grande Oriente, também se amplia a todas as demais Potências Maçônicas”. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ao encerramento desta Sessão Solene destinada a homenagear o Centenário do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, a Cidade de Porto Alegre manifesta o reconhecimento dos trabalhos, o tipo de entendimento, o objetivo alcançado e as conquistas para o povo da Cidade de Porto Alegre. É uma homenagem em reconhecimento ao trabalho e à dedicação que a instituição, através dos tempos, vem prestando a esta Cidade, ao Estado, ao Brasil e o Mundo. Neste sentido, o povo de Porto Alegre se sente honrado em poder contar com tantas autoridades, tantas pessoas que dedicam a vida inteira, o seu dia-a-dia, seu cotidiano ao bem estar da humanidade.

Honrada está Casa, honrado está o seu povo.

Para encerrarmos esta Sessão Solene, convido a todos para que, em pé, ouçamos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h06min.)

 

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